Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Álvaro de Campos
Um comentário:
Sempre serei Eu, sendo ou não sendo, serei sempre, Eu!
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