terça-feira, 29 de março de 2011

Movimento Estudantil 2º ATO - 25 de março


A FORÇA QUE NUNCA SECA

Lindo! Não poderia começar com outra palavra senão esta. “Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu, aqui está presente o movimento estudantil”. Com este grito íamos ao chão, nos colocávamos fortes de pé e com brado retumbante em uma só voz fazíamos toda uma cidade tremer e escutar nosso grito de alerta contra um governo do estado que não prioriza uma educação universitária de qualidade, contra uma administração acadêmica em ruínas, sem autonomia, ineficiente, muda e subjugada aos “poderosos” da capital.
Mas hoje Jequié presenciou atônita estudantes uesbianos mostrarem com quantos jargões se faz uma revolução. Como foi lindo visualizar estudantes de todos os cursos desta universidade imobilizarem toda uma cidade reivindicando por seus direitos, pela qualidade do ensino, por uma boa formação. Quem viu se arrepiou, se emocionou, aplaudiu, apoiou, incentivou o movimento. Ruas e avenidas foram tomadas por homens e mulheres insatisfeitos e unidos buscando respostas concretas para solucionar problemas que insistem em manterem-se vivos.
Já passava da hora de toda sociedade estar ciente sobre este cenário caótico que esta renomada universidade apresenta. É vergonhoso, hoje em dia, você dizer que é estudante da Uesb, pois quando nos perguntam sobre as aulas, o que de bom encontrar neste lugar de produção de ciência e sabedoria poucos são os pontos positivos a serem ressaltados. “Estar aqui é ter a sensação de fazer parte de um roteiro fílmico onde o enredo é: como fazer de palhaços estudantes universitários de uma universidade estadual”, desabafa um dos manifestantes.
O movimento estudantil em mais um dia de mobilização mostrou força. Uma força que pelo caminhar andará com passos largos, amadurecidos, que encontra fôlego na beleza da juventude, na ousadia que nos é natural, na organização de quem sabe o que quer. Avisamos anteriormente que num futuro próximo, mais cedo do que eles imaginavam, voltaríamos a nos manifestar com uma força três vezes maior e, diferentemente deles, cumprimos com a palavra. O dia 25 de março de 2011 ficará para sempre na memória de todos que participaram deste grito de alerta, como o dia em que ser estudante é ultrapassar o limite medíocre de estar em sala de aula somente, será para sempre lembrado como o dia que o sinal só poderá ser aberto ou fechado quando nossa vontade for respeitada.


Viva a revolução estudantil!


Texto de Vitor Nascimento. Estudante de Ed. Física, Uesb, I semestre.

Um comentário:

Gal disse...

Vitor,
a sua narrativa bem como o seu título, me fez lembrar da música
"Pra não dizer que não falei das
flores" do Geraldo Vandré, embora antiga, bastante atual.
Ainda bem que nós estudantes entendemos muito bem a proposta do poeta, pois estaríamos fritos se fossemos esperar acontecer. Resolvemos foi fazer a hora.

"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer"

Beijos!