terça-feira, 10 de maio de 2011

A história se repete e nada é feito



*redação do Correio da Bahia

Um policial militar agrediu sua ex-namorada no meio da rua na tarde desta segudna-feira (9) no subúrbio ferroviário de Salvador. Udivan Mota dos Anjos, 28 anos, teria discutido com a mulher sobre roupas que havia comprado para as filhas gêmeas do casal, de apenas sete meses.
O PM agrediu a mulher com socos e pontapés no rosto dentro de um carro na Estrada Velha de Periperi e foi flagrado por agentes da 5ª Delegacia Territorial. O casal foi encaminhado para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM).
Segundo depoimento da vítima, que estava com o rosto bastante machucado, ela foi agredida por não ter gostado da roupa e de um perfume que o pai havia adquirido para os bebês. Ela ainda declarou que já havia sido espancada outras vezes por Udivan Mota, indiciado em inquérito policial nesta segunda-feira por lesão corporal, com base na Lei Maria da Penha, sendo liberado em seguida.
Daí cabe-nos os seguintes questionamentos: denunciar pra quê, se o meliante foi liberado em seguida por ter costas largas, se só existe lei para quem não tem dinheiro, se não sou eu quem apanha, se a propria Lei Maria da Penha não se aplica como deveria, se a ineficiência de quem poderia nos defender é gritante? Veja como é paradoxal denunciar um policial quando este tem como função/obrigação nos proteger dos agressores?
Tentamos até querer fugir, mas volta e meia escutamos a voz de Renato Russo: "Que país é esse?"
Vejam só, não estou pedindo com isso que as mulheres se calem diante da violência, de maneira nenhuma, que isso jamais aconteça, quero com isso, suplicar uma saída para este cenário tenebroso de impunidade e injustiça. Ou damos um basta nisso tudo, ou para sempre enguliremos a vergonha de vivermos num país de abafadores de notícias, de "é assim mesmo que as coisas são e nada vai mudar".

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